quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Série A Criatura 1/28



Introdução

Desde a mais tenra adolescência carregávamos um ideal: conhecer a origem do SER. Todavia, filho de família modesta, não lograva recursos para atender a tão ambicioso anseio. Mas não esmoreci. Percorrendo os mais variados caminhos de orientação religiosa e filosófica fui colhendo indicações. Nesse percurso, em 1974, encontrei a doutrina estruturada por Allan Kardec. O Espiritismo. Abracei-a com afeto e, como bons amigos, fomos seguindo estrada afora.
Em 1979 fui presenteado com a obra máxima de Pietro Ubaldi, A Grande Síntese. Esta me acrescentou, ao anterior horizonte estruturado por Allan Kardec, mais larga faixa de entendimento. Foi mais um amigo que abracei afetuosamente.
Em 1981 novo salto me foi concedido. Iniciava a conhecer o grandioso feito de Helena Petrovna Blavatsky. A Teosofia, e sua obra basilar: A Doutrina Secreta.
Pronto, ali estava o trio que convertia em realidade os sonhos do adolescente, o de conhecer a origem e real vivência do SER. A alegria em ter o espírito saciado por tão fecundas fontes entusiasmara-me ao desejo de escrever o que entrevia.
E o fiz. Audaciosamente o fiz.
Por algum tempo, é bem verdade, reteve-me o receio do ridículo perante os companheiros de ideal que, embora cheios de boa vontade, contudo se deixavam prender só pelas primeiras letras do alfabeto do espiritualismo. Um pouco, digamos assim, de sectarismo. Entretanto, a coragem se renovou quando, também em 1981, lendo o livro Memórias de um Suicida, de autoria de Yvonne A. Pereira, e editado pela Federação Espírita Brasileira, encontrei nas páginas 456 e 457 a descrição de um evento que estava se dando nos planos espirituais.
Ali se descrevia que estagiários na espiritualidade fariam um curso com o fito de conhecerem das ciências do oculto, isto é, daquilo que não é popularmente conhecido, principalmente nas religiões ocidentais. A autora do livro denominou a tal ciência do oculto de "Doutrina Secreta".
Ao ler tal referência de imediato me reportei ao trabalho de Helena Petrovna Blavatsky, A Doutrina Secreta. Havia, portanto, uma similitude de propósitos nas diferentes fontes que vinham me dessedentando. Não havia porque temer o que eu sentia por inspiração. Era encorajar-me. A partir dali estavam derribadas todas as barreiras que me induziam ao silêncio. Agora, era pôr em ordem didática todos aqueles escritos e desenhos inspirativos que de tempos em tempos me chegavam, dando-lhes uma forma seletiva.
Conclui, e aí esta o que me foi possível fazê-lo, embora em espírito visualize muito mais. Todavia, de uma coisa estou certo. Para estes escritos se tornarem possíveis muito devo a Allan Kardec, Helena Petrovna Blavatsky e Pietro Ubaldi. Os luminares que romperam de vez com a espiritualizante obscuridade em que se engolfava a humanidade, abrindo para esta os caminhos do infinito.
Percorrê-los, fica na vontade de cada um.
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Esclarecimento
A figura apresentada ao início destas notas, me foi inspirada por nossos Mestres. Isso aconteceu no dia 20 de Abril de 1985, às 14 horas. Tanto quanto me foi possível traduzir a imagem transmitida, dada minha imperfeição de canalização psíquica, quanto artística, assim a desenhei, como ela se mostra.
Ofereço-a, nestas anotações, em sincera homenagem aos Mestres que me inspiraram fazê-la.
Tal qual toda imagem inspirativa, esta também tem sua significação, que é a seguinte:
A figura humana ao fundo representa o 1º Logos, que é o criador e diretor geral do sistema Solar. Ele se encontra por detrás e à frente de tudo o que acontece, acompanhando, atentamente, o andar de seus tutelados;
A mão esquerda simboliza o 2º Logos, aquele que despertou as Mônadas. E´ o vivificador. Por isso vemos saindo daquela mão o foco de irradiação da vida que ao longo do tempo foi se transformando ao passar pelos diversos reinos;
A mão direita representa o 3º Logos, aquele que promoveu todo o transformismo energético, transmutando-o nas infinitas formas de agregados químicos. Na figura vemos que Ele apóia a longa esteira do caminho por onde transitam as Mônadas vestindo seus corpos de manifestação. Esta esteira simboliza os agregados químicos que deram origem às matérias dos vários planos de existência;
A estrada simboliza, também, os Devas e os seus muitos auxiliares, nos trabalhos de conduzir as criaturas ao longo das existências;
E as figuras sobre a estrada são as diversas fases que as Mônadas vivenciaram e vivenciarão neste planeta. São os reinos: mineral, vegetal, animal, elemental, hominal e o próximo, ou o Super Humano.
Esta é a visão cósmica, e alegórica, desse fenomenal acontecimento: criação e evolução de um SER, bem como de todo o aparato que o cerca por evos e evos nessa eternidade inimaginável. Ao longo das anotações todos entenderão os significados dos nomes acima citados.

Luiz Antonio Brasil
Poços de Caldas
Sul de Minas
Junho de 2005



Apostila 01

ESCLARECIMENTO


Esta coletânea de apostilas tem o intento de estudar o SER. Não somente o que chamamos de Ser Humano, este ser físico que temporariamente habita a face do planeta Terra, mas sim, estudar o SER TOTAL. Principalmente, conhecer de sua contra-parte imperecível, o verdadeiro animador deste corpo nosso.
Obviamente, meus recursos intelectuais e pecuniários, são escassos para tão arrojada Idealização. Porém, mesmo dentro desses estreitos limites tentarei sobrepassar as fronteiras do que me parece impossível.
Para isso, juntando as informações que estão ao meu alcance estarei construindo uma visão mais acessível para se entender o SER Total. O caminho a ser percorrido é áspero, pois, embora não sendo poucas as fontes que falam do homem terrestre, todavia são pouquíssimas as dignas de confiança e que se atreveram a descrevê-lo em sua plenitude: homem físico e homem espiritual.
Não fosse o acesso que a vida me permitiu a essas poucas fontes, autênticas em seriedade e objetividade, jamais poderia, de mim mesmo, tocar, mesmo que de leve, em tão complexo tema.
Portanto, desde este início peço que me desculpem por opiniões errôneas que possam surgir ao longo das apostilas. Caso venham a acontecer, e possivelmente acontecerão, lancem a culpa na reconhecida incapacidade deste que as escreve, e jamais às fontes recorridas, pois estas são o somatório de capacitados pesquisadores. Interpretá-los não é empreitada fácil, e daí, equívocos poderão advir.
Isso porque, ao nível atual de minha evolução, jamais conseguiria traduzir com perfeição, seja em palavras ou desenhos, a visão da imponente mecânica da Criação. Pretendo apenas ser útil em alargar os horizontes do conhecimento daquilo que muitos consideram oculto, mas que o é, somente, para os que não têm o desejo da busca, ou para aqueles outros que ainda não se interessaram em olhar para dentro de si.
Devo, também, aqui registrar a orientação inestimável daquele que do Mundo Maior tem me incentivado, e impulsionado para iniciar e dar continuidade a tão importante estudo. E tal vem ocorrendo desde aqueles primevos dos anos 70, quando ele me dizia: "não podemos fechar nossos olhos ao imensurável, e nem esquecer que somos filhos das Estrelas."
Assim, peço aos que lerem estas anotações, que emitam suas críticas oportunas em prol de meu próprio melhoramento, pois, como aprendiz e não de qualquer outra forma, me lancei à busca do infinito, sabendo que, se mesmo nessa categoria de iniciante não o fizer, não sedimentarei em mim a coragem que me trouxe à própria vida.
O roteiro deste estudo ? Da Centelha inicial ao Homem Superior !

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A CRIATURA


O cosmo, também chamado de a fronteira final, é para nós o ninho formador de todas as vidas. Ao contemplarmos essa imensidão indescritível nossos olhos se extasiam ante inigualável harmonia e beleza.
Durante as horas do dia, sob uma abóbada azulínea reina o grande astro de nosso sistema. Sua imponente luz derrama-nos calor e vida, e enriquece a face de nosso planeta com a verdejante exuberância das plantas. Que lindo contraste de cores nosso astro maior nos proporciona. Sua luz dourada esverdeia ainda mais a vida vegetal na Terra. Todavia, com a calota do azul do céu emoldurando nossa morada, dá-nos a impressão de que estamos sozinhos no universo.
No entanto, durante as horas da noite mudam-se as figurações. O sol se vai, mas surge um astro menor com sua diamantina luz. A bela lua. Mas não vem sozinha. Acompanhando-a, forra-se o céu com um manto de estrelas. E de fato assim o é. Durante as horas da noite pontilha-se a imensidão de incontáveis piscar de luzes. São as estrelas. E elas desmentem a ilusão das horas do dia, quando pensávamos que estávamos sozinhos no universo.
Contam-nos elas da solidariedade existente entre todas, pois umas se apoiando nas outras, e, mutuamente se equilibrando, viajam infinito afora.
Então descobrimos ! Não estamos sozinhos no indescritível. Incontáveis sóis, que são eles as estrelas, como o nosso, também arrastam seus planetas discípulos, moradas de almas, aprendizes como nós. Filhos de outros pais, habitando outras casas, situadas em outras ruas, porém de uma só e mesma cidade, por nome COSMO !
E uma criança ao nosso lado, olhando o céu noturno, nos pergunta: - Que habilidosos dedos colocaram, um-a-um, aqueles pontinhos lá em cima ?
Nos engasgamos para responder, pois embora idosos, muito pouco, quase nada, sabemos sobre os habilidosos dedos criadores de mundos. Entretanto, uma certeza temos, e esta coisa alguma a afastará de nós. A certeza de que, indubitavelmente, dedos habilidosos pontilharam de luz e vida a assombrosa beleza chamada UNIVERSO !

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E o Universo aí está aos nossos olhos. Tudo o que dele se falou desde Copérnico e Galileu começa a ser revisto, ante as novas descobertas feitas pelo olho gigante do telescópio Hubble, esse bisbilhoteiro que os Estados Unidos da América do Norte pôs a viajar pelo espaço, bem como de outros equipamentos, sejam telescópios ou radiotelescópios que estão instalados em vários países.
Muito boas essas providências feitas pelos vários governos, pois teorias até então tidas por infalíveis começam a se ruborizar na vergonha do engano. As descobertas que agora estão sendo catalogadas mexem com toda a estrutura da atual ciência astrofísica e, muito em breve, abalarão as teses filosóficas e religiosas existentes na Terra. Tudo terá que ser repensado.
Essa situação nos faz lembrar a perguntinha de nosso amiguinho acima, e concluímos, ante a nova visão, que só dedos, muitíssimos habilidosos poderiam ter montado esse intrincado quebra-cabeças.
Mas se os homens das academias começam a tremer por causa das descobertas que chegam a cada momento, não estranhariam tanto se tivessem, sem orgulho, dado umas voltinhas pela literatura do ocultismo religioso arcaico. Como recusaram esse passeio, se sentem surpreendidos por algo que os arianos da chapada mongólica, dezenas de milhares de anos antes de nós, já o sabiam. Isto é, sobre a formação dos globos, das eras e das vidas. A história que eles nos contam falam das mãos cujos habilidosos dedos puseram cada Terra em seu lugar no espaço, no tempo adequado a cada uma delas.
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Essa história relata: Há no cosmo uma hierarquia administrativa. Ao contrário do que se imagina, o cosmo não é um vazio e abandonado ao ermo. Por todos os seus cantos permeiam as vidas, e todo o sistema, como afinadíssima orquestra, é regido por essa hierarquia.
Culminando essa hierarquia está o INCRIADO, a Inteligência Suprema. Aquilo, ou Aquele, que nós os terráqueos chamamos de Deus.
Dessa fonte emana a primordial energia que preenche e constitui o cosmo. Embora seja impossível traduzi-Lo por palavras ou desenho, representamo-lo na figura que é vista abaixo, Fig.01A, como alguma coisa de forma indefinida.
Esta figura se presta, apenas, ao caráter didático destes estudos.
Não tomar a figura como a expressão possível do Incriado. Portanto, nossa figurinha significa o ápice dessa hierarquia a que estamos nos referindo.
Mas até então, por esse tempo que a figura imaginativamente expressa, - se é que ao tratarmos da eternidade possamos falar em tempo ou em época - tudo é um vazio dentro do TODO.
Épocas sem conta remontaram épocas. Tudo, simplesmente, ainda inimaginável para nós os humanos.
Entretanto, dando um salto no tempo, visualizemos agora nosso Universo já coalhado de galáxias.
De alguma maneira elas começaram a ser formadas, separadas, umas das outras, por distâncias que mesmo viajando à velocidade da luz, mil vidas seriam insuficientes para cobrir a distância que as separa.
E a obscuridade cósmica passou a ficar pontilhada de muitas luzes, de muitos mundos. Dentre todos esses conglomerados estelares também lá estava nossa Via Láctea. Esse manto de estrelas que veste nossas noites, e ao qual pertence nosso Sol. Mas não apenas cheia de luzes. Evidentemente, também cheia de vidas e, destas vidas, as tradições vetustas das religiões hindus, herança que são da raiz ariana do centro asiático, mais precisamente do planalto mongólico e chinês, nos contam o seguinte:
Há uma hierarquia de Seres Arcangélicos administrando nossa galáxia como um todo. Nessa hierarquia um deles se destaca por sua superioridade, sobre todos os sentidos, e sobre todas as demais ordens existenciais contidas na galáxia. Sua fulguração áurica, como a figura Fig.01B demonstra, preenche todo o espaço abrangido pelo conglomerado. Mais do que isso: Ele a vivifica. E mais ainda, Ele é a vida da própria galáxia.
Assim como a vida de nosso corpo humano não é a matéria de que é constituído, mas o espírito que o anima, também este arcangélico SER, é a vida e é quem vivifica esse magnificente e gigantesco corpo chamado galáxia.
Não pasmem e nem se admirem, mas o ajuntamento estelar a que damos o nome de Via Láctea é o corpo tangível desse estupendo SER ! E´ o seu corpo visível, situado ao nível da matéria, desta mesma matéria de que se constitui o plano físico, no qual a Terra de nossos pés existe.
Ele é o topo da hierarquia que administra todo esse sistema. Para nos entendermos melhor, à essa hierarquia daremos o nome de Colegiado da Galáxia. Figurativamente representamo-la pelo desenho acima.
Ali temos o Ente Superior e Seus designados mais imediatos. São Eles o centro desse Colegiado e que se irradia por toda a galáxia. Este centro é chamado pelos ocultistas de o Sol Central. Sua localização é onde se situa o centro geométrico da Via Láctea.
Os homens do ramo das ciências astronômicas já desconfiam que um centro comum estabiliza e equilibra toda a Via Láctea. Ainda não conseguiram visualizar essa fonte de irradiação, pois nossos aparelhos são, por enquanto, insuficientes para isso. Contudo, os cálculos que analisam os movimentos estelares apontam para a existência de um centro aglutinador orbital para toda a galáxia. Alguma coisa, comparativamente, como o nosso sol é para seus planetas.
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Continuaremos na apostila 02


Bibliografia:
Autor Título Editora

Allan Kardec - A Gênese - páginas 111, 117, 118 à 140 da 19ª edição - Federação Espírita Brasileira
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 1º Livro, caps. 2, 3 e 4 - 2º Livro cap. 1 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Obreiros da Vida Eterna - páginas 50 e 51 - Federação Espírita Brasileira
Arthur E. Powell - O Sistema Solar - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Clarividência - página 51 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - Edição do Autor
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volumes I ao VI - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - À Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Maio de 1996
Revisão em Janeiro de 2005