sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Série A Criatura 23/28


A CRIATURA


A apostila 22 mostrou que num dado momento da vida da Mônada, enquanto usando um corpo humano na face da Terra, ela é impulsionada na direção de seu semelhante, envergando igual roupagem. A razão disso é muito simples. A Suprema Inteligência, ou o Criador Incriado, atua sobre toda a criação através de Suas criaturas.
Sendo Ele o agente aglutinador por excelência, e Suas criaturas originadas de Sua pura energia, estas não poderiam viver indefinidamente dispersas, separadas e insensíveis, umas em relação às outras. A vontade suprema, embora no todo ainda seja incompreensível para nós, promove a aproximação entre os Seres.
Essa força de aproximação atua através de dois sentimentos: o desapego e o perdão que, em resumo, dão a fraternidade. Será nesta modalidade de convivência social que viverá a humanidade da era pós-moderna.
A figura 23A, demonstra esse novo tipo de personalidade humana e a sua contra-parte que se situa nos planos adjacentes.
Igual às vezes anteriores, o representamos em três etapas:
1 - Ativo na vida Física, cercado de afazeres que o aproximam dos semelhantes;
2 - Corpo Físico morto;
3 - Ascendendo ao plano Mental, por justo merecimento.
Esse indivíduo não será apenas intelectualmente desenvolvido, mas também, socialmente fraterno. Esse avanço de conhecimento e os paradigmas de respeito social, alargarão a visão individual de todos os seres, fazendo-os compreender que seus semelhantes são, realmente, seus semelhantes. Em tudo iguais uns aos outros, compreendendo que entre eles não existe a suposta separatividade.
Cada um é uma parcela daquele Todo. Podem se sentir como aquelas gotículas do suco de laranja exemplificada na figura 20A da apostila 20, individualizadas, todavia, saberão compreender que em essência todos são exatamente iguais.
Em razão disso, e como ficou comentado na apostila 18, a humanidade caminha em bloco. Isto é, todos os indivíduos à ela pertencentes transferem-se, simultaneamente, a estágios mais elevados ao final de cada ciclo evolutivo. Do bloco a ser transferido excluem-se, apenas, os indivíduos recalcitrantes que não pautaram seus esforços numa tal direção.
Dado a isso, ao homem dessa era avançada regerá pacificamente o conceito de que todos têm o mesmo direito à vida. Tudo tendendo, portanto, à humanização.
Cabe, aqui, uma explicação. Embora estejamos falando numa coletividade futura deve-se ter em conta que, individualmente, a qualquer momento, ou a qualquer era, também se pode atingir esse estado de consciência. Basta o esforço próprio da pessoa. Entretanto, será, como dissemos na apostila 18 quando historiamos que
"Essas promoções ao reino evolutivo seqüente ao que se encontra, não se dão a todo instante, atendendo um elemento ou outro que se destaque dos demais, como a informação acima possa fazer supor. Não, ela se dá em ciclos certos de mutações, e quando chegam suas épocas, a promoção, ou transferência, atinge não um elemento, mas um lote de elementos daquela espécie em questão."
Todavia, como lá também dissemos, "Se, por ventura, um elemento atingir o máximo evolutivo antes de se completar o ciclo evolutivo da espécie, permanecerá, este, em atividades junto à sua coletividade." Isso é visto em determinadas pessoas da humanidade atual que demonstram total desapego aos bens próprios e se dedicam de corpo e alma à solidariedade para com o próximo. Falaremos disso, mais demoradamente na apostila 27.
A tal indivíduo, uma vez completado seu tempo de vida Física, e entregando seu corpo humano à terra, conforme vemos na figura, poderá, esse bem aventurado, demandar planos mais elevados. Não mais será retido no plano Astral, mas, posto que pela lisura de seus pensamentos e pelas boas qualidades de uso que deles fez, conseguiu também dar forma consistente ao corpo Mental. Assim sendo, usufruirá das vivências no plano Mental, mais venturoso que os dois inferiores.
Mas voltemos à continuidade da exposição que fazíamos quando dissemos que em face dessa elevação social tudo, numa nova era, estará tendendo à humanização. Outra característica que contribuirá para isso é que os intervalos entre encarnações serão bem mais prolongados. O motivo é simples. Intelectualmente bem desenvolvidos e muito espiritualizados, descobrirão naqueles planos importantes objetivos a serem alcançados.
Situação exatamente oposta à do homem primitivo que nos intervalos entre encarnações mal deixava o ambiente físico, para logo a este retornar, visto que seus interesses o fixavam à face da Terra.
Como, também, circunstância diferente à do homem da chamada era moderna, que vimos na apostila 22, quanto à duração do intervalo de permanência no plano Astral, entre uma encarnação e outra.
Nesta nova característica de vivência seu tempo de permanência ali será bem mais dilatado, pois seus olhos verificarão que inúmeras atividades o ocuparão naquelas estâncias e, de boa mente, à elas se entregará. Uma compreensão totalmente objetiva. Sabe que participando das atividades próprias daquele plano estará, também, trabalhando por espiritualizar mais ainda o futuro da Terra física que um dia voltará a recebe-lo.
E´ fácil entender porque os indivíduos residentes naquelas paragens amoldam suas atividades intentando o distante futuro da Terra física. O motivo é o seguinte: Quanto mais elevado, espiritualmente, for o plano de existência, mais ao "futuro" vive aquela humanidade.
Expliquemos: A Eternidade é, como não poderia deixar de ser, um ETERNO PRESENTE. Nela, tudo é um AGORA. Não existe o ontem e nem o amanhã. Lembramos, ainda, que a Eternidade é a essência primordial da qual todas as substâncias provieram.
Uma vez que, gradativamente, a essência vá se coagulando e se tornando matéria mais adensada, começa, então a se formar também a relatividade do tempo.
Densidades diferentes criam tempos diferentes. Essa relatividade é proporcional ao grau de adensamento da matéria de que é composto o plano. Assim, no plano físico da Terra, temos o tempo relativo mais lento de todo o conjunto que forma os planos existenciais deste planeta, porque aqui também temos a matéria mais densa.
Por decorrência, o tempo relativo no plano Astral é mais ligeiro, se comparado com o nosso, porém mais vagaroso que o do plano Mental. E sucessivamente, a cada plano ascendente, o tempo relativo se aligeira, até atingir o estágio do Eterno Presente, onde tudo é Agora.
Desta forma pode-se compreender que um Ser vivente no plano Mental da Terra, vive, "agora", neste exato momento, o tempo de um determinado futuro da Terra física. Em outras palavras isso quer dizer: lá, agora, já se tomam providências que só se materializarão na Terra física daqui a alguns séculos.
Sabemos que tudo isso é intrigante e fascinante, e que nos leva à seguinte conclusão: Realmente muita atividade se desenvolve no plano Mental, pois que aquele presente representa o futuro dos planos Astral e Físico. Diante de tanto a se fazer, é natural que o tempo de permanência ali em muito se dilatará para aqueles que já tiverem a ventura de pisar naquele solo.
A observação sobre o tempo, referida acima, parece extravagante e estapafúrdia ? Pois não é. Além das informações correspondentes que nos chegam via mediúnica, ditadas a médiuns de fidedigna capacidade, tais como Francisco Cândido Xavier, João Nunes Maia, etc, pelos espíritos André Luiz e Miramez, respectivamente, também o ramo mais avançado da ciência, a pesquisa quântica, aponta para a mesma comprovação.
No interessante livro dos pesquisadores Bob Toben e Fred Alan Wolf, por título Espaço-Tempo e Além, publicado no Brasil pela Editora Cultrix, à página 41 encontramos a seguinte nota: "Num campo gravitacional muito intenso relativamente àquele onde o observador está situado, o tempo passa mais devagar e as dimensões contraem-se do ponto de vista do observador." (Grifo do original).
Os autores estão dizendo exatamente o que dissemos linhas atrás. Vejamos isso numa figura.
No quadro superior da figura vemos dois campos gravitacionais. "A" e "B", ambos com a mesma gravidade. Vemos que a marcação do tempo é igual para os dois, em data e hora.
No quadro inferior apresentamos, também, dois campos gravitacionais. "A" e "C". "A" com gravidade intensa, e "C" com gravidade fraca relativa ao campo "A". Vemos que o tempo em "A" marca 4 horas do dia 06-09-2005, enquanto que em "C" temos a data de 06-09-3005.
Esclarecimentos: - 1 - Os tempos indicados na figura são hipotéticos. Apenas para facilitar a visualização; - 2 - Também se referem a campos gravitacionais que tenham a mesma relação de espaço, como por exemplo, o plano Físico da Terra e o plano Astral, também aqui da Terra. Neste caso, o campo menos intenso vive um tempo "futuro" se comparado ao campo mais intenso.
Outra informação interessante que os autores citam é que um observador postado num plano menos denso, digamos o campo "C" de nossa figura, verá que as dimensões do plano mais denso, "A", que esteja à sua frente, estarão, por sua vez, contraídas, em relação ás dimensões de seu plano material.
Einstein, o formulador da teoria da Relatividade, que alterou os rumos de muitas teorias então vigentes, e abriu caminho para tantas outras descobertas, isso em 1905, equacionou essa questão da relatividade do tempo, que aqui estamos tratando para entendermos o que vivemos no plano Físico da Terra e o que se vive no plano Mental, deste mesmo planeta.
A conceituada revista VEJA, em sua edição 1.915 de 27 de Julho de 2005, trouxe extensa reportagem sobre o trabalho de Einstein. Referentemente à questão do tempo e do espaço, à página 103, a revista dá um substancial exemplo. Por título A GRAVIDADE ALTERA O ESPAÇO E O TEMPO, vem a explicação dessa parte da teoria.
A explicação diz o seguinte: "O espaço e o tempo são como uma toalha de mesa esticada. Um corpo colocado sobre essa toalha cria uma vala, [um afundamento] que é a deformação do espaço-tempo. (...) Quanto mais perto se está do centro da deformação, mas lentamente o tempo passa."
E conclui: "Isso explica por que um relógio atômico na superfície da Terra anda mais devagar do que outro colocado num satélite em órbita."
Como vemos, a ciência confirma que a gravidade é que determina o andamento do tempo. Por isso, acreditamos que as citações acima esclarecem o que estamos comentando. Também, todas elas, estão absolutamente de acordo com as informações dadas via mediúnica. Estas informam que os planos mais espiritualizados, e portanto, menos densos, e os seres neles viventes, são mais expandidos que os seus semelhantes situados em posições inferiores. Por isso, os espíritos inferiorizados, apesar de estarem no plano Astral, não conseguem se afastar da superfície da Terra física. Seus perispíritos, muito pesados, são atraídos para cá.
Voltemos ao livro Espaço-Tempo e Além para mais uma informação valiosa ao nosso estudo. Os pesquisadores já nomeados acima, falam da harmonia geral para o cosmo, como comentamos na folha 1, desta apostila, nos referindo à fraternidade. Eles dizem, à página 107: "O CAMINHO DA NOVA ERA - Compreenda as ações arquetípicas. Pense num evento que esteja em harmonia com as ações/natureza arquetípicas. Novos caminhos de mínima ação podem desenvolver-se e construir-se guiando sua percepção para aquela harmonia. E o pensamento torna-se experiência." (Grifo do original)
Pois bem, lembram-se do que comentamos sobre os Arquétipos na apostila 06 ? Se nossas mentes não estiverem tão poluídas pelo meio social em que vivemos, poderemos sentir as influências arquetípicas e, por elas, descobrir o caminho da nova era.
Isso tudo demonstra a diferenciação entre os que habitam a face física da Terra e aqueles que habitam a face do plano Mental desta mesma Terra. Aqui a lentidão e poucos sentidos perceptivos. Lá a ligeireza e maiores atributos de percepção. (Vejam apostilas 15, 16 e 17 da série Mediunidade).

E´ dentro das características acima comentadas que vivem os habitantes do plano Mental e os dos planos mais acima. Harmoniosamente pensando com os Arquétipos, pois é a partir destes que todos os rumos renovadores são tomados. Quanto mais "alto" se sobe, espiritualmente, mais "próximo" se fica dos originadores da criação. A partir daí o "pensamento se torna uma realização", uma concretização.
Como vêm, não só os espíritos falam dessa grandiosidade ocupacional no espaço, mas também as ciências vão chegando às mesmas definições. E já não era sem tempo.
E´ para essa grandiosidade que caminha o homem da era pós-moderna. Expande-se, e mais do que isso, aproxima-se de seus Mestres. Daqui para frente, candidata-se ao próximo ciclo evolutivo, cujo resultado maior é adentrar na era da Angelitude.

Bibliografia
Autor Título Editora

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André Luiz/Francisco C. Xavier - No Mundo Maior - cap. 03 páginas 45 e 46 / cap. 04 páginas 55 - 58 - 59 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Nos Domínios da Mediunidade - págs. 32 - 169 - 172 - 173 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - capítulos 01, 03, 04, 05, 12, 16 e 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação - páginas 17 - 18 - 60 - 61 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Mecanismos da Mediunidade - capítulos 04 - 10 - 11 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Entre a Terra e o Céu - págs. 54 - 84 - 126 - cap. 21 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Ação e Reação - págs 87 as 97 e capítulo 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - E A vida Continua - páginas 69 e 70 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - O Poder do Pensamento - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Edgar Armond - Os Exilados da Capela - página 27 - Editora Aliança
Elza Baker - Cartas de um Morto Vivo - páginas 37, 85, 86, 93 - Livraria Allan Kardec Editora
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - páginas 28, 31 e 32 - Federação Espírita Brasileira
Emmanuel/Francisco C. Xavier - Roteiro - capítulos 4 e 6 - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - páginas 71 e 72 - Edição Particular
Gabriel Delanne - A Reencarnação - Federação Espírita Brasileira
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume I págs: 105-118-145-146-177-257-258-260-266-268-306-308 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume II - páginas 56 e 198 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume V - páginas 69 e 90 - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Morte, Renascimento, Evolução - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Psí Quântico - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - Á Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
J. B. Roustaing - Os Quatro Evangelhos - Federação Espírita Brasileira
Lancellin/João Nunes Maia - Iniciação - Viagem Astral - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Leon Denis - O Problema do Ser do Destino e da Dor - capítulos 01 - 03 - 04 - 13 - 17 0 18 - 20 ao 24 - Federação Espírita Brasileira
Miramez/João Nunes Maia - Horizontes da Mente - páginas 181 e 185 - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora
Ramatis/Hercílio Maes - Mensagens do Astral - Livraria Freitas Bastos
Zulma Reyo - Alquimia Interior - páginas 254, 255, 312 e 313 - Editora Ground

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Julho de 1996
Revisão Outubro de 2005